Tróia


A batalha de Tróia é um tema recorrente da cinematografia mundial. Data de 1955 a primeira versão, Helena de Tróia, e outra em 2003, Helena de Tróia – Paixão e Guerra. No entanto Helena, na versão de Wolfgang Petersen, serve apenas para dar início a guerra de Tróia, batalha esta que foi narrada pelo poeta Homero em a Ilíada que junto com a Odisséia é considerada o mito fundador de algumas civilizações da antiguidade. O que podemos destacar em Tróia (2005) é de que maneira a história está sendo recontada para uma geração que entrou – e/ou entrará - em contato com esta famosa batalha através desse filme.

No poema, Menelau, rei de Esparta, era casado com Helena, uma mulher de beleza ímpar. Segundo o poema, Helena era filha de Zeus, este que transformado em cisne teria seduzido a mãe de Helena, Leda. No entanto a rainha de Esparta é raptada por Páris, príncipe de Tróia, que teria se apaixonado por ela. O rapto causou constrangimento ao rei de Esparta que procurou seu irmão, Agamenon, rei de Micenas, e juntos organizaram um poderoso exército e partiram rumo a Tróia.




No entanto a sorte não estava ao lado dos gregos que levaram dez anos para poder penetrar na cidade troiana, tudo graças a idéia de Ulisses em usar um cavalo de madeira. Mas o que chama mais atenção nessa história toda não é a batalha em si, mas a condição da figura de Aquiles, o herói que determinou a tomada de Tróia pelos gregos.


Heitor, filho do rei de Tróia, investe contra os gregos impedindo o avanço destes. Pátroclo, amigo de Aquiles, toma as armas e a armadura deste a parte para enfrentar Heitor, no entanto é morto em um duelo onde o deus Apolo, do lado dos troianos, desfere o golpe fatal. A morte de Pátroclo machuca Aquiles profundamente. O herói grego promove massacres levantando contra si o rio Escamandro que estava cansado de carregar os cadáveres dos troianos. Enfim Aquiles mata Heitor, mutila-o e carrega seu corpo para o acampamento grego impedindo que Príamo, rei de Tróia, possa realizar os rituais fúnebres. No entanto, após os apelos de Príamo, Aquiles permite que o rei possa levar o corpo de seu filho Heitor para realizar as cerimônias funerárias.


Os vinte e quatro cantos que formam o poema Ilíada serviram de base para que Wolfgang Petersen pudesse desenvolver uma versão da batalha de Tróia destacando os aspectos da guerra apoida na figura de Aquiles. O filme deixa de lado o apelo mitológico da história original procurando encontrar razões históricas para entender porque os gregos se levantaram contra Tróia. Segundo o filme Agamenon, sedento por expandir o território grego, vê o rapto da mulher de seu irmão como um pretexto para invadir Tróia.


No filme, Helena não é raptada, ela foge. Acredito que esta "pequena" alteração na história sirva apenas para criar um apelo romântico para o filme, pois segundo as versões sobre o rapto de Helena, ela não teria fugido deliberadamente. Aquiles é a figura que mais ganha destaque no filme, pois interpretado por Brad Pitt, o herói vai no filme até aonde não devia. Aquiles entra em Tróia, fato que não ocorre no poema, e dentro da cidade é morto por Páris flechado no calcanhar. Existem várias versões para explicar por que o calcanhar é o ponto fraco de Aquiles, uma destas diz que o héroi foi mergulhado por sua mãe, a ninfa Tétis nas águas do rio Estige para fortalecer sua natureza mortal, no entanto seu calcanhar não foi banhado pelas águas do rio, pois era a parte que foi segurada por Tétis.


Para entendermos por que Tróia tornou-se um filme de proporções épicas que valoriza as grandiosas cenas de batalha basta levarmos em consideração o contexto em que ele é lançado. O filme buscava atender uma tendência de mercado que valorizava filmes com batalhas épicas devido ao sucesso estrondoso da trilogia O Senhor dos Anéis. Tróia é lançado em 2004 com a função de responder ao anseio dos estúdios Warner Bros de lançar um filme que pudesse proporcionar um espetáculo épico devido ao fim da saga de Frodo e sua turma - O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei é de 2003.


Tróia acaba nos proporcionando o diálogo que pode ser feito entre as diferentes versões que fatos ou mitos históricos acabam ganhando, não apenas no cinema como em diversas mídias. Ao professor cabe destacar que a discussão acaba se tornando uma ferramenta essencial para a criação de uma atitude crítica por parte dos alunos.


título original:Troy
gênero:Aventura
duração:02 hs 42 min
ano de lançamento:2004
direção:Wolfgang Petersen
roteiro:David Benioff, baseado em poema de Homero
produção:Gail Katz, Wolfgang Petersen, Diana Rathbun e Colin Wilson
música:James Horner
fotografia:Roger Pratt

Comentários

  1. Gosto desse filme, mais pela parte da ação etc, as lutas são muito bem feitas, a estocada "handebol" fez escola :D

    Agora que eu vi o novo layout, muito bom.

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