Elizabeth

Isabel I, a Rainha Virgem, Gloriana, a Boa Rainha Bess, no entanto é mais famosa pelo nome de Elizabeth I, a rainha responsável pelo período de esplendor que a Inglaterra viveu entre 1559 até 1603 quando morre a monarca. O filme de Shekhar Kapur mostra as intrigas palacianas e o contexto histórico que levaram Elizabeth ao trono logo após a morte de sua irmã, Maria Tudor; a película torna-se uma ótima ferramenta para se discutir o absolutismo monárquico e os conflitos religiosos que marcaram a Idade Moderna.

O próprio início do filme nos dá uma mostra em que momento a história se insere: estamos na Inglaterra reinada por Maria I ou Maria Tudor, uma fervorosa católica - casada com o príncipe espanhol, e futuro rei, Filipe II - que persegue implacavelmente os protestantes em seu reino. A cena inicial dos condenados queimados nas fogueiras representa bem este fato. Elizabeth encontra-se em prisão domiciliar devido a Rebelião de Wyatt (1554), rebelião esta que procurava impedir que Maria se casa-se com Filipe - Elizabeth torna-se prisioneira, pois Maria temia que fosse deposta e sua meia-irmã, Elizabeth, fosse coroada soberana da Inglaterra.Mas com a morte de Maria I, Elizabeth torna-se a nova rainha.
Elizabeth ou Isabel era filha única do rei Henrique VIII com Ana Bolena. Nasceu no palácio de Greenwich a 7 de setembro de 1533. Na verdade Henrique VIII buscava um herdeiro do sexo masculino para sucedê-lo ao trono, como Ana Bolena não lhe deu esse filho, o rei mandou executá-la por traição. Henrique casa-se com Cataria Parr que lhe dá um filho, Eduardo que sucede o pai após a morte deste. No entanto Eduardo morre com 15 anos e é sucedido por Maria.


Nos primeiros anos do seu reinado, Elizabeth teve que cuidar das questões religiosas que dividiam o reino. O primeiro homem escolhido para tratar da questão foi sir William Cecil - interpretado no filme por Richard Attenborough. Entre várias medidas foram adotadas: O Ato da Uniformidade de 1559 requeria o uso do Livro de Oração Comum dos protestantes em serviços de igreja. O controle papal sobre a igreja da Inglaterra tinha sido restabelecido sob Maria I, mas foi anulado por Isabel. A própria rainha assumiu o título de "Suprema Governante da Igreja Anglicana", em vez de "Cabeça Suprema", já que diversos bispos e outras figuras públicas consideravam que o título era impróprio para uma mulher. O Ato de Supremacia 1559 obrigava os oficiais públicos a fazer um juramento que reconhecia o controle da Soberana sobre a igreja, cuja quebra recebia punições severas.

Elizabeth também teve ao seu lado conselheiros leais, um deles se tornou notório por ter criado o primeiro serviço de espionagem da Inglaterra: sir Francis Walsingham - interpretado por Geoffrey Rush - era secretário de negócios internos e chefe do serviço de espionagem.

Outra questão que o filme levanta é o fato de Elizabeth não ter interesse por casar-se. Existem algumas possíveis razões para isso: Pode ter sentido repulsa, motivada pelos maus tratos que as esposas de Henrique VIII haviam recebido. Outra hipótese é de que tenha sido afetada psicologicamente pela suposta relação que teria tido com lorde Seymour durante sua infância. Boatos da época imputavam-lhe um defeito físico que estava receosa de revelar: talvez marcas deixadas por varíola, ou simplesmente não queria dividir o poder real com nínguem.

O interessante que o filme aborda essas questões de forma que o conteúdo histórico não fique prejudicado com as liberdades artísticas que o diretor toma. É importante destacar que o período em que Elizabeth encontra-se no poder ficou conhecido como Período Elisabeteano ou Era Dourada, que é tema do filme sequência: Elizabeth: A Era de Ouro.


título original:Elizabeth
gênero:Drama
duração:02 hs 05 min
ano de lançamento:1998
direção: Shekhar Kapur
roteiro:Michael Hirst
produção:Tim Bevan, Eric Fellner e Alison Owen
música:David Hirschfelder
fotografia:Remi Adefarasin

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