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Mostrando postagens de 2010

A Lenda de Beowulf

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A animação A Lenda de Beowulf , de Robert Zemeckis, possui alguns pontos muito interessantes para criar um debate dentro da sala de aula a respeito da mitologia e das relações entre os povos do norte da Europa. Essa discussão é muito proveitosa, pois foca o olhar do aluno para outros pontos que não são abordados pelos conteudos escolares que centralizam sua atenção ao mundo antigo greco-romano. A Lenda de Beowulf é um primor na técnica de animação. Com a captura das imagens dos atores através do computador, o filme mostra os personagens com os rostos de atores conhecidos de Hollywood como Anthony Hopkins, John Malkovich e Angelina Jolie. Robert Zemeckis já havia utilizado essa técnica no filme Expresso Polar (2004) onde Tom Hanks interpreta vários personagens.

Cinema e produção historiográfica

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No campo do estudo histórico, historiografia trata-se, de forma bem direta, da escrita da história, ou seja, equivale aos escritos dos historiadores a cerca de um conteúdo histórico específico; e geralmente quando falamos de produção histórica a ideia que vem a nossa cabeça são os livros. De fato o suporte dominante de se apresentar os resultados de uma pesquisa histórica são através de livros, artigos ou em revistas especializadas, resumindo, a escrita histórica, literalmente, resume-se a escrita. O que é lógico pensar quando analisamos a palavra "historiografia", mas será que temos que nos manter presos a semântica?

O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford

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Imortalizado por diversos filmes do gênero western, Jesse James tornou-se um mito enquanto ainda viveu. Foi um dos maiores criminosos da América em seu tempo e também conhecido como Robin Hood pelo público, pois, segundo diziam, passou a assaltar bancos e distribuía parte entre os pobres. O filme O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford narra os últimos dias da vida de Jesse James e a sua relação com Robert Ford: uma amizade que virou rivalidade. Um filme bastante contemplativo, diferente da maioria dos filmes do gênero, mostra a vida do bando dos irmãos James assim como o modo de vida dos Estados Unidos dos anos 1880.

Guerra dos Mundos (1953 e 2005)

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UMA QUESTÃO DE IDENTIDADE Existe uma velha fórmula nos filmes de Hollywood a qual diz que um filme para poder obter sucesso, o público precisa se identificar com ele. De fato, vários filmes tiveram seus enredos mudados para que o seu público alvo pudesse "apreciá-lo" melhor. Veja por exemplo o filme Constantine (2005), onde o personagem título que é britânico nos quadrinhos, teve sua nacionalidade mudada para norte-americano, ou seja, para funcionar dentro do mercado americano. Mas além de uma mudança de paisagem ou de personagem, muitas vezes a mudança é feita na época em que ocorre a trama. Essas mudanças são feitas para que o público possa compartilhar/se identificar com as aflições dos personagens e acredito também para que os realizdores do filme possam inserir sua percepção da realidade em que vivem. Estamos falando aqui do campo da identidade. Será que Constantine seria menos aceito se o personagem fosse britânico? Talvez os realizadores do filme achem isso. Será que

Casablanca

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Indiscutivelmente Casablanca (1942) é um dos maiores clássicos da história do cinema e até hoje é um filme que arrebata uma multidão de fãs. Mas além de uma excelente história de amor, Casablanca nos permite viajar no tempo e experimentar os conflitos e as tensões da Segunda Guerra Mundial. O filme apresenta pontos pouco explorados na sala de aula que falaremos abaixo. Em relação a história do cinema, Casablanca é de um período bem promissor. A década de 40 nos proporcionou filmes como O Mágico de Oz , Cidadão Kane e o Tesouro de Sierra Maestra . Além do glamour das estrelas e das grandes companhias cinematográficas, há de ressaltar a qualidade das histórias e os roteiro inteligentes.

O Último Samurai

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O filme O Último Samurai conta a história de um militar ocidental que se uniu aos guerreiros japoneses contra as forças imperiais. Mas no filme o militar trata-se do americano Nathan Algren, interpretado por Tom Cruise, enquanto que na realidade o oficial que lutou ao lado dos samurais foi o francês Jules Brunet, membro da missão militar que a França inviou ao oriente para treinar o exército do xogum. De fato a história de Brunet não possui os mesmos apelos hollywoodianos do filme. O oficial francês não lutou de sabre, vestido como um samurai, e ainda contribuiu para o desaparecimento da casta dos samurais e participou como instrutor da ocidentalização do exército japonês. Mas vamos ao contexto histórico do Japão. Quando Jules Brunet chega ao país, o Japão passava por mudanças drásticas, pois o império japonês estava isolado do mundo desde 1639 e acabara de ser obrigado a se abrir ao comércio internacional pelos Estados Unidos. Pacto esse firmado através do Tratado de Kanagawa, em

Percy Jackson e o Ladrão de Raios

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Baseada na obra homônima escrita por Rick Riordan, o filme dirigido por Chris Columbus, o mesmo diretor dos dois primeiros filmes da série Harry Potter , conta a divertida aventura de Percy Jackson que ao descobrir que é filho do deus Poseidon e acusado de ter roubado os raios de Zeus embarca numa jornada junto com seus amigos para a provar a sua inocência e impedir que o mundo seja destruído por uma guerra entre os deuses do Olimpo. Durante sua empreitada, Percy Jackson dá de cara com diversos seres que fazem parte da mitologia grega, tais como sátiros, centauros, a Medusa e o deus do mundo dos mortos, Hades. Percy Jackson e o Ladrão de Raios é uma boa dica para quem gosta de mitologia grega e uma boa pedida para os professores do 6º ano do ensino fundamental que trabalham o conteúdo de Grécia Antiga. Baseado em uma obra literária de forte apelo infanto-juvenil, o filme também pode ser apreciado por públicos de diversas idades, pois é um típico “filme família” gênero qual Chris Co

10 filmes mais historicamente incorretos

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O site Yahoo divulgou ano passado uma lista com os 10 filmes mais historicamente incorretos. Segue abaixo essa lista de filmes e suas incongruências: 10.000 A.C. (2008) Direção : Roland Emmerich Sinopse : D'Leh (Steven Strait) é um jovem caçador de mamutes, que se apaixonou por Evolet (Camilla Belle). Quando um bando de perigosos guerreiros a sequestra, D'Leh é obrigado a liderar um pequeno grupo de caçadores em uma expedição para resgatá-la. Incongruências históricas: - O filme mostra mamutes sendo utilizados na construção das pirâmides do Egito. Porém, estes animais viviam em terras geladas da América do Norte e norte da Ásia e não poderiam ser encontrados no deserto. - D'Leh e seus aliados vão ao Egito resgatar seu povo, os quais foram tomados como escravos para a construção da pirâmide e da esfinge. Entretanto, tais construções só seriam criadas quase oito mil anos depois, por volta de 2500 a.C. - As aves carnívoras da família Phorusrhacidae viveram na América do Sul

Chaplin

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Num filme o que importa não é a realidade, mas o que dela possa extrair a imaginação Charles Chaplin Chaplin (1992) dirigido por Sir Richard Attenborough – com certeza todos o conhecem por ter interpretado John Hammond, dono do Jurassic Park no filme homônimo – procura mostrar a história de um dos maiores gênios do cinema que ficou imortalizado pelo seu personagem, o Carlitos. O filme além de narrar a história de Chaplin, acompanha também a própria trajetória do cinema, das apresentações em quermesses até aos grandes cinemas de luxo. Chaplin, em sua história de vida, mostrou-se atento a realidade e ao contexto histórico em que vivia e refletia isso em seus filmes como Tempos Modernos e O Grande Ditador. My Autobiography, de Charles Chaplin, e Chaplin, His Life, His Art, de David Robinson foram as obras que serviram de base para o roteiro do filme desenvolvido por William Boyd, Brian Forbes e William Goldman. CHAPLIN: SUA VIDA Charles Spencer Chaplin, filho de Charles Chaplin e H

A Nova Onda do Imperador

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Esta animação dos estúdios Disney dirigida por Mark Dindal trata-se de uma "comédia extravagante" que conta a história do egocêntrico imperador Kuzco que transformado em lhama por sua conselheira Yzma, esta que ambiciona governar o império, tenta voltar ao normal com a ajuda do camponês Pacha. O filme tem como contexto uma das grandes civilizações pré-colombianas, os Incas, que em seu momento áureo ocupou mais de 1 milhão de quilômetros quadrados englobando áreas que hoje pertencem ao Peru, Equador, Bolívia, Colômbia, Chile e Argentina. No filme A Nova Onda do Imperador podemos destacar a figura do imperador Kuzco - que tem o seu nome inspirado na cidade de Cuzco, centro político, religioso e cultural do império Inca - um líder egocêntrico e mimado que deseja apenas satisfazer os seus interesses, no filme seu objetivo é construir um parque aquático chamado Kuscotopia no local onde vive Pacha. Kusco nos faz lembrar de líderes absolutistas que no consenso geral governam sozi

Superman IV: Em Busca da Paz

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Quando percebemos o filme como fonte histórica isso significa dizer que ele funciona com um reflexo da sociedade que o produziu, onde podemos analisar que o filme além de ser entretenimento é também uma fonte de conhecimento e discusão. O filme não precisa necessariamente abordar em seu conteúdo, de forma direta, a História para ser considerado "histórico", todo filme é histórico, pois é um elemento produzido pelo homem. Nesse sentido a analise do filme Superman IV: Em Busca da Paz nos mostra muito de uma época em que ele foi produzido e de que modo a sociedade reflete os acontecimentos de sua época. O FILME Superman IV: Em Busca da Paz foi lançado em 1987, nos anos finais da Guerra Fria, é destaca um assunto polêmico para a época: o desarmamento nuclear. A história do filme roteirizada por Lawrence Konner e Mark Rosenthal, teve colaboração do ator Christopher Reeve. "Para mim, é o filme mais pessoal de toda a série", disse Reeve. O ator procurou situar o super-

"New York Herald Tribune! New York Herald Tribune!" 50 anos de Nouvelle Vague

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"New York Herald Tribune! New York Herald Tribune!", anuncia a jovem e bela Patrica ao andar pelas ruas da Paris em mais um dia de trabalho. Assim começa uma das cenas mais famosas do primeiro longa-metragem de Jean-Luc Godard, "Acossado" (À Bout de Souffle, 1960), que contava ainda com a ilustre colaboração de François Truffaut e Claude Chabrol na produção. Há cinqüenta anos, aquela cena, entretanto, interpretada pela atriz Jean Seberg, anunciava muito mais do que uma passagem inesquecível do cinema francês do pós-guerra. A cena era um prenúncio de uma onda, de um maremoto, de um verdadeiro tsunami na maneira de se pensar e de se fazer cinema. Essa onda transformadora varreu o mundo nos anos 1960, ficou conhecida na França como Nouvelle Vague (“Nova Onda”) e fez a diferença na maneira de se ver um filme, mesmo que você não se dê conta disso ao entrar hoje em uma sala de cinema. O termo "Nouvelle Vague" foi cunhado pela jornalista Françoise G

Uma Noite em 67

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O documentário Uma Noite em 67, dirigido por Renato Terra e Ricardo Calil, mostra os elementos que transformaram aquela final de festival no clímax da produção musical dos anos 60 no Brasil. Para tanto, o filme resgata imagens históricas e traz depoimentos inéditos dos principais personagens: Chico, Caetano, Roberto, Gil, Edu e Sérgio Ricardo. Além deles, algumas testemunhas privilegiadas da festa/batalha, como o jornalista Sérgio Cabral (um dos jurados) e o produtor Solano Ribeiro, partilham suas memórias de uma noite inesquecível. “É naquele momento que o Tropicalismo explode, a MPB racha, Caetano e Gil se tornam ídolos instantâneos, e se confrontam as diversas correntes musicais e políticas da época”, resume o produtor musical, escritor e compositor Nelson Motta. FONTE: Café História.

Rei Arthur

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Refilmar ou adaptar tem sido a moda no cinema e nesta lógica nem os mitos escapam. O que pode exemplificar o que estou falando é o filme Rei Arthur (2004) de Antoine Fuqua que procura dismistifcar a lenda do rei Arthur explorando as raízes historicas do personagem. O filme torna-se um exemplo de como o cinema e História se relacionam de maneiras diversas, onde podemos perceber como o cinema tem se tornado uma ferramenta para a divulgação da História, tanto para o bem quanto para o mal. Como apresentar ao público hoje histórias que todos já conhecem? Mel Gibsom em A Paixão de Cristo procurou explorar o impacto das imagens para contar a história do martírio de Cristo, em Rei Arthur o diretor Antoine Fuqua e o produtor Jerry Bruckheimer resolveram também "inovar".

Tróia

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A batalha de Tróia é um tema recorrente da cinematografia mundial. Data de 1955 a primeira versão, Helena de Tróia , e outra em 2003, Helena de Tróia – Paixão e Guerra . No entanto Helena, na versão de Wolfgang Petersen, serve apenas para dar início a guerra de Tróia, batalha esta que foi narrada pelo poeta Homero em a Ilíada que junto com a Odisséia é considerada o mito fundador de algumas civilizações da antiguidade. O que podemos destacar em Tróia (2005) é de que maneira a história está sendo recontada para uma geração que entrou – e/ou entrará - em contato com esta famosa batalha através desse filme. No poema, Menelau, rei de Esparta, era casado com Helena, uma mulher de beleza ímpar. Segundo o poema, Helena era filha de Zeus, este que transformado em cisne teria seduzido a mãe de Helena, Leda. No entanto a rainha de Esparta é raptada por Páris, príncipe de Tróia, que teria se apaixonado por ela. O rapto causou constrangimento ao rei de Esparta que procurou seu irmão, Agamenon

George Méliès

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Neste post quero falar sobre um dos precursores do cinema, o francês George Méliès (1861-1938), este foi responsável pela superação do cinema no momento em que o futuro dessa nova arte estava ameaçada. Goerge Méliés também foi o realizador dos primeiros efeitos fotográficos usados no cinema e considerado o "pai dos efeitos especiais". Produziu diversos filmes entre eles os mais famosos Viagem à Lua (Le Voyage dans la Lune) de 1902 e O Reino das Fadas (Le Royaume des Fées) de 1903.

As Novas Roupas do Imperador

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As Novas Roupas do Imperador de Alan Taylor é um daqueles filmes que brinca com a possibilidade do "e se"; e se Napoleão Bonaparte tivesse fugido da Ilha de Santa Helena para reconquistar o seu poder deixando no seu lugar um sósia? e se ele não reconquistasse o poder, o que Napoleão faria? Com essas questões desenvolve-se uma história divertida que explora a figura de Napoleão Bonaparte na busca pelo poder - e de uma nova vida. Napoleão Bonaparte foi imperador da França entre 18 de maio de 1804 a 6 de abril de 1814, posição que voltou a ocupar por poucos meses em 1815. Conquistou grande parte da Europa e destacou-se como uma importante personalidade no cenário político mundial da época. Depois de ser derrotado na campanha da Rússia, em 1814, Napoleão abdica do poder e exila-se na ilha de Elba, mas em 1815 foge e organiza um exército, desembarca na França e reconquista o poder. Iniciava-se o Governo dos Cem Dias. No entanto, após a derrota na Batalha de Waterloo, Napoleão

Elizabeth

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Isabel I , a Rainha Virgem , Gloriana , a Boa Rainha Bess , no entanto é mais famosa pelo nome de Elizabeth I, a rainha responsável pelo período de esplendor que a Inglaterra viveu entre 1559 até 1603 quando morre a monarca. O filme de Shekhar Kapur mostra as intrigas palacianas e o contexto histórico que levaram Elizabeth ao trono logo após a morte de sua irmã, Maria Tudor; a película torna-se uma ótima ferramenta para se discutir o absolutismo monárquico e os conflitos religiosos que marcaram a Idade Moderna. O próprio início do filme nos dá uma mostra em que momento a história se insere: estamos na Inglaterra reinada por Maria I ou Maria Tudor, uma fervorosa católica - casada com o príncipe espanhol, e futuro rei, Filipe II - que persegue implacavelmente os protestantes em seu reino. A cena inicial dos condenados queimados nas fogueiras representa bem este fato. Elizabeth encontra-se em prisão domiciliar devido a Rebelião de Wyatt (1554), rebelião esta que procurava impedir que M

A Conquista da Honra

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A Conquista da Honra é uma realização de Clint Eastwood em parceria com Steven Spielberg que narra a batalha pela ilha de Iwo Jima durante a Guerra do Pacífico travada na fase final da Segunda Guerra Mundial. O filme é baseado no livro de James Bradley e Ron Powers que, logo após o seu lançamento em 2001, teve os direitos comprados por Steven Spielberg que passou a direção da adaptação a Clint Eastwood. A Conquista da Honra além de mostrar a árdua tomada da ilha de Iwo Jima dos japoneses, questiona também o mito dos hérois construídos em tempos de guerra a partir da famosa foto que mostra soldados dos Estados Unidos fincando a bandeira de seu país um cima do monte Suribachi. Quanto ao contexto histórico do filme é importante falar que o enredo se passa entre fevereiro e março de 1945 durante a Guerra do Pacífico, onde os Estados Unidos procura tomar e controlar a ilha de Iwo Jima por representar um ponto estratégico devido aos campos áreos localizados nessa ilha.

2012

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Roland Emmerich depois do horroso 10.000 A.C. volta a fazer aquilo que ele mais sabe: destruir o mundo. A final de contas é dele os grandes sucessos Independence Day e O Dia Depois de Amanhã , filmes que possuem um forte teor apocalíptico. Em 2012 essa característica é mais explícita. Baseando-se na teoria do calendário Maia em que o mundo encontrará seu fim no dia 21 de dezembro de 2012, Emmerich enche a tela com efeitos especiais, situações duvidosas, personagens clichês e carrega na tensão proporcionada pela data de validade do nosso planeta. Na verdade o filme reflete um imaginário de questionamentos que tem ganhado força nos últimos anos: estariam os maias certos? o mundo vai acabar em 2012? A mais recente teoria escatológica diz que o mundo terminará em 2012. E os que afirmam isso tem como argumento os estudos realizados no calendário maia que, segundo este, o planeta Terra encontraria seu fim no dia 21 de dezembro de 2012. No entanto essa não seria a primeira vez que o noss

O Resgate do Soldado Ryan

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Filme divisor de águas nas produções cinematográficas sobre a Segunda Guerra Mundial. Steven Spielberg consegue produzir uma obra-prima que proporciona o entretenimento, mas também nos faz pensar sobre o quão complicada pode ser uma guerra, não pela logística que ela impõe, mas nas marcas que deixa em seus soldados, o trauma humano. Para mim, o filme pode ser analisado deste modo: o que motiva os homens a lutarem numa guerra? A resposta pode parecer simples: luta por soberania, disputa de poder ou de recursos, vencer o “mal” ou o “terror”, mas tais respostas podem parecer muito genéricas e nos impediriam de pensar sobre os indivíduos que vão para o combate, onde cada pode estar movido por um mesmo sentimento ou por suas individualidades. O filme O Resgate do Soldado Ryan nos oferece terreno

Liga da Justiça: A Nova Fronteira

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Liga da Justiça: A Nova Fronteira é uma animação baseada na história em quadrinhos homônima de Darwyn Cooke e mostra os integrantes da Liga da Justiça - na verdade antes de formarem o grupo – lidando com a paranóia do medo e do apocalipse gerado pela Guerra Fria. Onde até os próprios super-heróis são perseguidos pelo governo. Em virtude disso e de outros pontos, Liga da Justiça: A Nova Fronteira é um filme ideal para se discutir o imaginário americano sobre a Guerra Fria. O filme inicia com um discurso sobre as formas de vida que já habitaram sobre a Terra, narrado pelo Centro, que na história é uma grande forma de vida que vem acompanhando todo o

Gladiador

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Arquibancadas lotadas, torcedores separados de acordo com suas preferências vibram com a entrada de seus atletas favoritos... isso é uma partida de futebol? Não. Mas o que parece ser toda a euforia de uma partida futebolística poderia ser também os espetáculos de gladiadores na Roma Antiga. Qualquer semelhança não seria mera coincidência. Tomando como ponto de partida o filme Gladiador (2000) de Ridley Scott podemos desvendar o universo dos espetáculos de gladiadores, ponto tão característico da sociedade romana antiga. Na verdade esses espetáculos provêm bem antes do nascimento de Cristo, precisamente em 264 a.C. quando é realizado o primeiro espetáculo publico desse tipo em Roma. Muito mais que um banho de sangue as lutas entre gladiadores possuíram características religiosas e políticas. Em primeiro lugar vamos situar o contexto histórico do filme Gladiador . O filme tem como palco o Império Romano sob o

Diretores e Historiadores

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A edição número 7 da revista MOVIE traz uma matéria muito interessante com o diretor Ridley Scott que fala sobre o seu último filme Robin Hood . Scott diz que se sentiu muito atraído a realizar essa nova versão de Hood, pois poderia contar de forma mais “realista” essa história, apoiado em fontes históricas. Aliás, Ridley Scott se mostra sempre muito interessado quando o conteúdo que aborda em seus filmes contem material histórico, peguemos por exemplo, Gladiador, Cruzada e 1492 – A Conquista do Paraíso . E várias também foram obras cinematográficas que procuraram atrair o publico apelando para os fatos históricos como Rei Arthur , mas até onde a liberdade poética atrapalha a interpretação desses fatos históricos? O cineasta estaria disposto a fazer o trabalho de um historiador? Para chegar à conclusão de um “fato histórico”, o historiador pesquisa muito até apontar uma versão para um determinado momento da história. Digo “versão”, pois mesmo entre os historiadores não há consenso so

OLYMPIA 98 ANOS. PARABÉNS!

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No início do século XX, Belém era uma cidade onde o cinema já havia encontrado terra firme. Vários estabelecimentos já se organizavam como verdadeiras casas exibidoras deixando de lado um passado recente onde as exibições eram feitas de forma amadora em teatros alugados ou em barracas. Belém tinha na primeira década do século XX 12 cinemas funcionando e em 1912 foi inaugarada a primeira casa de "luxo" voltada para as exibições. O cinema Olympia foi um empreendimento de Antônio Martins e Carlos Augusto Teixeira que eram proprietários do Grande Hotel e do Palace Theatre. O cinema Olympia estava estabelecido no perímetro que se chamava Largo da Pólvora e era o local mais frequentado pela elite belenense. O novo cinema vinha atender a uma necessidade da própria elite que não frequentava outros pontos exibidores da cidade. E na noite de 24 de abril de 1912 era inaugurado o cinema Olympia, no entanto o assunto do dia, ou melhor, o assunto mais discutido naquela noite foi o naufrá

Cinema em Belém: primeiras cenas.

Pretendo discutir aqui alguns pontos da minha pesquisa. Neste trabalho abordo os primeiros anos do cinema na cidade de Belém, mais precisamente na primeira década do século XX. Nesta pesquisa pretendo também abordar sobre os cinematógrafos que circulavam na cidade de Belém, como esses aparelhos faziam parte de um imaginário moderno e como os habitantes da cidade se relacionavam com esses novos espetáculos. Claro que para destacar os anos iniciais do século XX tenho que lembrar que as origens do cinema estão um pouco mais atrás. O cinema é uma invenção do século XIX. Mas quem o criou ainda gera controvérsias. Em O Cinema no Tucupi (1999) Pedro Veriano conta sobre os dois grupos que trabalhavam as imagens em movimento no século XIX: Thomas Alva Edison nos Estados Unidos e os irmãos Louis e Auguste Lumière na França. Porém os irmãos Lumière levaram a fama de terem criado o cinema - o aparelho criado por eles foi batizado como cinematographo - sendo a primeira exibição também atribuída ao

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal

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Indiana Jones é sinônimo de aventura no cinema. Imortalizado pelo ator Harrison Ford, Jones é um personagem criado por Steven Spielberg e George Lucas. Ele é um professor de Arqueologia que viajou os quatro cantos do mundo enfrentando diversos inimigos para recuperar artefatos históricos tidos como mágicos como a Arca da Aliança e o Santo Graal. O primeiro filme é de 1981, Os Caçadores da Arca Perdida ; em 1984, O Templo da Perdição e em 1989 A Última Cruzada . No entanto esse não foi, de fato, a "última cruzada" de Jones, pois em 2008 ele voltaria ao cinema em Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal . Dessa vez Indiana Jones não irá enfrentar nazistas, pois a Segunda Guerra já terminou. O filme ambientado agora em 1957 traz novos inimigos: os comunistas (espere um post sobre como hollywood retratou os comunitas). Espiões soviéricos estão atrás das caveirasde cristais, artefatos místicos carregados de poder. Essa busca leva Indiana Jones ao Brasil, onde em plena flore

Os Trapalhões e o Mágico de Oroz

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Esse texto recebi de um primo meu por e-mail, resolvi postá-lo, pois tem tudo haver com o nosso conteúdo de discussão. O texto é de Felipe Bragança. Os Trapalhões e o Mágico de Oroz, de Dedé Santana e Vitor Lustosa. Sexto e penúltimo filme da fase temática sobre ícones das mazelas sociais brasileiras, O Mágico de Oroz traz o quarteto Os Trapalhões no ápice de sua representatividade midiática, quando tinham se tornado os principais interlocutores com o público de cinema brasileiro (principalmente o infantil) e uma referência central na constituição do imaginário audiovisual pré-abertura política. Esse sucesso de massas, articulado à parceria com o projeto estatal da Embrafilme, fez de O Mágico de Oroz um filme-síntese do que de melhor e pior havia conseguido o cinema dOs Trapalhões até então. Depois da fase mágico-fantasiosa, baseada em paródias do universo pop e dos contos de fada (retratada no documentário O Mundo Mágico dos Trapalhões – 1981) e de uma série de filmes de

Hércules

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Esse filme é uma ótima dica para os professores do 6º ano do ensino fundamental que querem trabalhar o conteúdo de mitologia grega com seus alunos. De uma forma bem humorada, Hércules consegue transmitir muitas caraterísticas das práticas religiosas do mundo grego para as crianças. Como é de praxe, os filmes Disney que trabalham com personagens históricos conhecidos, como Mulan e

Cinema na UFPA. Que beleza!!! Parte II

APROVADA GRADUAÇÃO EM CINEMA E AUDIOVISUAL. Esse era o título da reportagem publicada no jornal "Amazônia" do dia 1º de abril de 2010 - espero que não seja mentira. Mas não é. A Universidade Federal do Pará aprovou a graduação em Cinema e Audiovisual em reunião ordinária realizada na tarde do dia 31 de março, já serão ofertadas 25 vagas no próximo processo seletivo. Segunda a reportagem, a graduação estará inserida na Faculdade de Artes Visuais (FAV), do Instituto de Ciências e Arte (ICA/UFPA). "O objetivo da graduação é oferecer formação em campos particulares do audiovusial, com ênfase em direção de imagens, fotografia, produção, roteiro, direção de arte, som, animação, montagem e finalidade - e assim tornar o aluno capacitado a criar e gerir produções na área de cinema", diz a reportagem.

Cinema na UFPA. Que beleza!!!

O Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Pará (UFPA) abre, a partir de 1º de março, as inscrições para o primeiro curso de especialização em Audiovisual. A especialização em "Imagem e Sociedade - Estudos sobre o cinema" é voltada para profissionais formados no curso de Comunicação Social e nas áreas de Letras e Artes, Ciências Sociais e Ciências Sociais Aplicadas. No entendimento da UFPA, essas áreas de conhecimento abrangem inclusive a grande maioria dos profissionais com atuação no mercado cinematográfico do Pará. O curso, já aprovado pela UFPA, tem as inscrições abertas no período de 1º a 15 de março deste ano, e os candidatos a uma das 30 vagas ofertadas pelo Departamento de Comunicação Social (Decom) da UFPA serão submetidos às etapas do processo de seleção, isto é, a análise curricular, a entrevista e à apresentação do anteprojeto de monografia. De acordo com a professora Regina Lima, chefe do Decom da UFPA, o curso de especializ

A Paixão de Cristo - Parte III

Neste último post a respeito do filme A Paixão de Cristo de Mel Gibson, vou destacar um dos pontos mais polêmicos do enredo que refere-se à flagelação e a crucificação de Jesus. No entanto antes de analisar o filme em si veremos de que maneira esse relato da Paixão é descrito pelos historiadores e pelos evangelhos. Segundo os evangelhos de Matheus, Marcos, Lucas e João, Jesus após ser condenado, foi açoitado (Matheus 27,26; Marcos 15,15; Lucas 23,25; João 19,1). O castigo da flagelação era um modo de infligir medO ao público, logo o indivíduo era açoitado até perder todas as forças. Depois desse castigo, Jesus carregou sua própria cruz até o Monte Gólgota, lugar situado fora dos muros de Jerusalém, ponto visível para as pessoas que saíam e entravam na cidade. Jesus é pregado na cruz e morre. O cinema nos proporciona uma experiência única. Uma coisa é ler sobre a Paixão, escutar a história, outra é ver as imagens, mesmo que interpretado por atores. É aí que Mel Gibson p

FONTES

Galera estava cometendo um erro grotesco! Estava esquecendo de colocar as fontes que uso para escrever meus posts sobre a Paixão de Cristo, mas aí vai: MINOUNI, Simon C. A Morte de um Rebelde . Revista História Viva Grandes Temas nº 19. p. 66-73 BOHEC, Yann Le. Diante dos juízes, o acusado se cala . Tradução de Celso Paciornik. Revista História Viva Grandes Temas nº 1. p. 84-91 VISSIÉRE, Isabelle. O Beijo de Judas . Revista História Viva nº 65. Março de 2009. p. 26-29.

A Paixão de Cristo - Parte II

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Um outro ponto que destaco no relato da Paixão é o julgamento de Cristo. No filme de Mel Gibson somos levados a crer que o julgamento de Jesus foi uma verdadeira farsa. É só perceber no comportamento dos personagens que surgem perguntando sobre a legalidade do processo. Então somos levados a perguntar: Jesus teve um julgamento justo? Então temos que nos reportarmos para a Judéia do século I. Naquele tempo, a palestina era uma província romana e como tal estava submetida a lei romana da época. E segundo esta lei, Jesus teve sim um julgamento justo. Segundo Yann Le Bohec, professor de História Romana da Universidade de Paris IV – Sorbone, o processo romano era constituído de três atores: o acusador, no caso acusadores, que eram “os sumos sacerdotes e os anciãos do povo” (Matheus 26,3); o acusado, Jesus; e o juíz, Pôncio Pilatos, representante do imperador e governador da Judéia. Para iniciar o processo, os acusadores tinham que apresentar o acusado ao juíz e foi o que aconteceu. A

A Paixão de Cristo - Parte I

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No próximo dia 4 de abril os cristãos relembram a Paixão de Cristo, onde refletem sobre o sofrimento de Jesus que morreu para redimir os pecados da humanidade. Era bastante comum nessa época os cinemas de rua exibirem filmes contando sobre o relato da Paixão. Aqui em Belém sempre se exibia Jesus de Nazaré (1977) de Franco Zeffirelli. Quando eu trabalhava numa locadora de DVD's, as pessoas sempre procuravam filmes sobre as últimas horas de Cristo, no caso iam atrás do filme A Paixão de Cristo (2004) de Mel Gibson. Este filme de fato provocou uma grande comoção quando foi lançado. Além do mais, Mel Gibson tinha que apresentar um diferencial de sua versão em relação às outras. Desde quando o cinema é cinema o relato da paixão de Cristo já se encontrava retratado nas películas. Diversas versões para uma mesma história: o martírio de Jesus, desde o seu julgamento até sua crucificação. Então por que Mel Gibson, em 2004, resolveu mais uma vez levar essa história ao cinema? O que ele iri

301 de Esparta

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Este é um dos primeiros textos (ou o primeiro, não me lembro) que produzi fazendo esse contraponto entre cinema e história, refere-se a uma análise breve do filme 300 de Zack Snyder. Vamos ser logo diretos: 300 não é um filme com pretensões históricas. É ingênuo achar que assistindo ao filme teremos um relato fiel da Batalha das Termópilas ocorrida durante a Segunda Guerra Médica (481 e 479 a.C.), mas antes de tudo, entender os fatos históricos apresentados no filme torna a história mais interessante e evita que possamos cometer qualquer gafe quanto ao conhecimento histórico. Heródoto de Helicarnasso (490-425 a.C.), historiador grego, produziu em suas Istorai - em grego, investigações ou explorações - uma das fontes primordiais sobre a Batalha das Termópilas. Relatos estes que serviram de base para que Frank Miller fizesse 300, sua graphic novel, trabalho que foi a fonte para o filme dirigido por Zack Snyder. Mas considerações à parte, vamos analisar alguns pontos explorados pelo f

Apresentação

Olá amigos da História e do Cinema, esse blog é criado para vocês! Pretendo fazer uma introdução para o blog, mas por enquanto fica aqui apenas essa apresentação. Meu nome é Luiz Alexandre, sou aluno de História da UFPA e me interesso muita pela relação do Cinema e da História, tanto como método de investigação quando suporte educacional. Neste blog farei algumas análises de filmes, mostrando as minhas impressões e dando algumas dicas. Então galera, até mais!